Hevea brasiliensis Muell. Arg., família Euphorbiaceae, conhecida como seringueira (rubber tree), é uma árvore nativa da Amazônia.
O gênero Hevea possui outras dez espécies (SOUSA & MORAES, 2001), mas a H. brasiliensis é a mais importante comercialmente, responsável por praticamente toda a produção da borracha natural produzida no mundo (RAHMAN et al., 2013).
Na maioria das vezes a borracha natural não pode ser substituída por polímeros artificiais (borracha sintética) em várias aplicações, como luvas médicas e pneus pesados para aeronaves e caminhões (RAHMAN et al., 2013), pois a borracha natural tem melhor elasticidade, flexibilidade, resistência ao impacto e eficiente dispersão de calor (MOOIBROEK & CORNISH, 2000).
Embora nativa da Amazônia, a seringueira foi domesticada em outras regiões tropicais do mundo. O cultivo da seringueira para extração do látex (heveicultura) foi muito bem sucedido no sudeste asiático, onde inclusive desenvolveram clones com grande potencial de produção (ver Instituto Agronômico de Campinas).
O Brasil já foi o principal produtor mundial de borracha e exportador, mas atualmente a Tailândia e Indonésia são maiores produtores e exportadores de borracha.
A heveicultura na área amazônica foi prejudicada pelo mal-das-folhas, provocado pelo fungo Microcyclus ulei que habita a floresta tropical úmida. Epidemias desta doença provocaram o abandono de seringais, fazendo com que o Brasil passasse de exportador e principal produtor de borracha para a condição de importador do produto (FURTADO et al., 2015).
Como alternativa, nas últimas décadas a heveicultura no Brasil tem sido implantada em regiões de escape, que são áreas de evasão que visam deslocar o hospedeiro (no caso a seringueira) de regiões com clima favorável à epidemia para outras com clima desfavorável para o patógeno.
Além disso, pesquisadores da EMBRAPA têm realizado cruzamentos entre espécies de seringueiras e seleção de clones para formar, por meio de enxertos, árvores tricompostas que são produtivas e resistentes ao fungo causador do mal-das-folhas (ver EMBRAPA; MORAES; MORAES; MOREIRA, 2008).
Fonte: MORAES; MORAES; MOREIRA, 2008 (Link)
FURTADO, Edson Luiz et al. Ocorrência de epidemia do mal das folhas em regiões de" escape" do Brasil. Arquivos do Instituto Biológico, v. 82, 2015. Link
MOOIBROEK, H.; CORNISH, K. Alternative sources of natural rubber. Applied microbiology and biotechnology, v. 53, n. 4, p. 355-365, 2000. Link
MORAES, VH de F.; MORAES, L. A. C.; MOREIRA, A. Cultivo de seringueira com copas enxertadas resistentes ao Mal-das-Folhas. Embrapa Amazônia Ocidental-Documentos (INFOTECA-E), 2008. Link para o PDF
RAHMAN, Ahmad Yamin Abdul et al. Draft genome sequence of the rubber tree Hevea brasiliensis. BMC genomics, v. 14, n. 1, p. 75, 2013. Link
SOUSA, N. R.; MORAES, V. H. F. Recursos genéticos de Hevea. Embrapa Amazônia Ocidental-Capítulo em livro científico (ALICE), 2001. Link para o PDF
Este gráfico de barras em movimento mostra a quantidade produzida de borracha natural (toneladas), obtida por meio do extrativismo vegetal, entre os anos de 1986 e 2018.
Em 2018, a produção de borracha no Brasil, proveniente do caucho e seringueiras (látex coagulado e líquido), totalizou 875 toneladas no extrativismo (IBGE, 2018).