O sistema florestal de curta rotação (short rotation forestry system) pode ser entendido como um modelo de elevada produtividade florestal em reduzido espaço de tempo, com ciclos de corte geralmente entre um e 15 anos (DREW et al., 1987), variando entre espécies e objetivos do empreendimento.
Por meio do cultivo baseado em talhadia (coppice, várias colheitas), realiza-se a condução do crescimento dos brotos nas cepas recém cortadas da monocultura florestal. Com isso, dá-se início a um novo ciclo florestal, sendo, portanto, aplicado às espécies florestais que possuem capacidade de brotar após o corte.
Neste sistema silvicultural podem ser necessárias técnicas intensivas de fertilização, irrigação e controle de ervas daninhas, sendo recomendável o uso de genótipos selecionados.
Normalmente a madeira proveniente do sistema de curta rotação tem baixo valor devido suas menores dimensões e qualidade distinta daquelas que são produzidas em sistemas florestais convencionais. Entretanto, as florestas de curta rotação surgem com alternativas principalmente para o setor energético, gerando madeira em intervalos de tempo menor e com custos de produção que podem ser inferiores.
Moya et al. (2019) realizaram uma revisão sobre o sistema florestal de curta rotação na América Latina, apresentando resultados sobre o status atual e usos potenciais como biocombustível, principalmente das culturas de Populus, Salix, Eucalyptus, Acacia, e Gmelina arborea. Veja a tabela 2 do artigo destes autores com o resumo da densidade (árvores por hectare), espaçamento, produtividade, altura e diâmetro das espécies utilizadas no sistema de curta rotação diferentes países.
A colheita das árvores inteiras, incluindo a copa, tem implicações também para o uso sustentável do solo. Eufrade Junior et al. (2016) avaliaram o uso sustentável da biomassa de eucalipto cultivada em sistema de curta rotação para bioenergia. Segundo os autores, as folhas devem ser mantidas no local pois fornecem alto teor de nutrientes. Com isso, sugerem que apenas a biomassa lenhosa deve ser colhida para a bioenergia.
Neste modelo de exploração da madeira, Eufrade Junior et al. (2016) ilustram na figura 1 do artigo destes autores que, quando comparado ao sistema convencional (tradicional) de cultivo, o sistema florestal de curta rotação (SRC) tem menos etapas. Percebe-se que com o uso da colhedora de forragem (Forage harvester) no início do processo, elimina-se a operação de cavaqueamento (vide Chipping at terminal), evitando custos adicionais com outras máquinas e equipamentos.
Vídeo abaixo mostrando máquina de colheita de cavacos em plantio florestal de curta rotação.
DREW, A. P.; ZSUFFA, L.; MITCHELL, C. P. Terminology relating to woody plant biomass and its production. Biomass, v. 12, n. 1, p. 79-82, 1987. Link.
EUFRADE JUNIOR, H. de J. et al. Sustainable use of eucalypt biomass grown on short rotation coppice for bioenergy. Biomass and Bioenergy, v. 90, p. 15-21, 2016. Link.
MOYA, R.; TENORIO, C.; OPORTO, G. Short rotation wood crops in Latin American: A review on status and potential uses as biofuel. Energies, v. 12, n. 4, p. 705, 2019. Link.